«Na próxima temporada, os clubes não poderão emprestar jogadores a emblemas do mesmo escalão. A medida foi esta quinta-feira aprovada, no Porto, em Assembleia-Geral da Liga.»
Notícia Record http://www.record.xl.pt/Futebol/Nacional/interior.aspx?content_id=764867
O Presidente da Sporting, SAD, Luís Duque, afirmou que o Sporting votou favoravelmente em relação a tal medida, invocando que a mesma é praticada em Inglaterra, e que trará mais transparência ao futebol...que tivesse dito algo como isto "A nós não nos interessa emprestar jogadores, porque os queremos na recém criada equipa B, e queremos estar em pé de igualdade com quem vai ter, como nós, segundas equipas", era de todo compreensível.
Disse-o, mas só em parte, e nem o fez como argumento único ou principal, logo maiores motivações se levantarão, com toda a certeza, em relação a uma posição deste tipo, os clubes sem grandes recursos vão ser confrontados com vários problemas, uns novos, e outros que já existindo, serão amplificados, disso não tenho a menor dúvida, e no final da próxima época cá estaremos para fazer um balanço.
É do conhecimento público que os clubes mais "pobres" da Superliga dependem da cedência de jogadores por parte dos mais "ricos", e da respectiva comparticipação (total ou parcial dos vencimentos de tais atletas), só assim lhes é possível competir com os parcos orçamentos de que dispõem a cada temporada.
Dois cenários acontecerão, tais clubes procurarão empréstimos nas mesmas condições via clubes estrangeiros (tarefa complicada), e mesmo que o consigam, tal situação promoverá um aumento do número de estrangeiros na nossa Liga (atentado claro à Formação e aos jogadores portugueses), ou então contratam jogadores por conta própria, e um novo aumento de casos de salários em atraso se avizinha para 2012-2013.
À excepção do argumento "equipa B" a teorização de Luís Duque não faz sentido, a Superliga não pode ser comparada à Premier League, onde os clubes mais pequenos auferem, só a nível de transmissões e publicidade, quase o mesmo do que os "três grandes" do nosso futebol, e se de Inglaterra tudo é exemplo, deixo um aparte, lá também é proibido haver jogadores que pertençam (em parte ou no todo) a Fundos...e isso em Alvalade é "pão nosso de cada dia".
Nota suplementar: Um clube como o Sporting, que defende valores solidários, a Formação e a aposta em jogadores portugueses, nunca poderia ser favorável a uma medida deste tipo...quanto muito, se implicações estratégico-políticas existiam, que se abstivesse, mas pelos vistos o futebol português, do qual o nosso clube faz parte, nada aprendeu com o caso U.Leiria.
Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim
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