Reflexão de memória

Caros e sublimes leões,

Volta-me ao pensamento o "Reinado", curto (Graças a Deus), de José Eduardo Bettencourt à frente do Sporting Clube de Portugal, dezoito meses do mais puro disparate, da mais pura incompetência, do mais puro culto do ego  "eu é que sei disto!" quando se viu que não sabia de nada, absolutamente de nada.

Corria o mês de Fevereiro de 2007 quando me apercebi que o rumo escolhido para o Sporting, seria, sem margem para esperanças, a sua perdição, votei contra todas as propostas que achei que seriam lesivas para o nosso clube, incluíndo a alienação de património apresentada por Soares Franco, hoje tenho a certeza que tomei a decisão correta.

A maioria dos sportinguistas no entanto, ou davam ámens à Dinastia Roquette, ou ficavam em casa, sem se pronunciarem nas urnas, nas Assembleias Gerais, como que resignados às evidências "ah, o clube está bem, eles (Dinastia) é que sabem o que é melhor para o Sporting"...quatro anos, repito, pelo menos quatro anos, foi esse o tempo em que a maioria dos sócios do clube prestaram um péssimo serviço à Instituição que juraram defender, confesso, em parte fui um deles.

Quando José Eduardo Bettencourt e Paulo Pereira Cristóvão concorreram à Presidência do clube, em 2009, nem sequer me dirigi às urnas, sabia, ou melhor desconfiava do que por aí vinha, muitos amigos e conhecidos desafiavam-me "anda lá votar no Bettencourt, não podemos deixar o PJ ser eleito", mantive-me fiel ao que pensava sobre o rumo que estava a ser traçado, e fiquei em casa.

Muitos dos que hoje exigem uma viragem "popularucha e brejeira" no Sporting, ao estilo Vale e Azevedo, e que acusam Godinho Lopes de ser um seguidista e um continuador, foram os mesmos que, pasmem-se, ajudaram a eleger Bettencourt, com 90% dos votos contabilizados nesse ato eleitoral.

Conhecendo hoje, como conheço, o bom trabalho que Paulo Pereira Critóvão tem efetuado em Alvalade como Vice-Presidente, vejo que cometi um erro, em 2009 devia ter ido às urnas, assim como muitos dos sportinguistas que ficaram em casa, e votado nele, mostrando um "cartão amarelo/alaranjado" aos Roquettistas que julgaram que o clube era pertença sua.

Dias da Cunha e Soares Franco não foram famosos, mas ainda trouxeram um título para Alvalade, várias Taças de Portugal, Supertaças, uma final europeia, José Eduardo Bettencourt, esse, foi o presidente mais fraco da História centenária do Sporting Clube de Portugal, aquele que criou um prejuízo médio mensal acima de 2 milhões de euros, que nada ganhou, que apresentou os piores resultados desportivos da história do futebol do clube.

Hoje tranquiliza-me ver quem está à frente dos destinos do nosso clube, da competência mostrada a cada dia, pelo rumo diferente que se pretende dar ao Sporting, pela entrega e dedicação constantes, todos os dias, 24 horas por dia, sei que os tempos do Roquettismo "morreram" em Alvalade, a maioria dos sportinguistas, muitos deles antigos apologistas do Projeto Roquette, não querem mais esse caminho, e percebe-se bem porquê. 

Saudações leoninas, 

Ruben Proença de Amorim