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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A famigerada Assembleia Geral Extraordinária


Que fique desde já claro que não defendo a realização de uma AGE neste momento, com o seu carácter de potencial destituição, por dois motivos, o primeiro prende-se com o facto inerente de que uma possível destituição pressupõe eleições antecipadas ou a entrada em funções de uma Comissão de Gestão, antes ainda do culminar da presente época desportiva, o segundo prende-se com a crença pessoal de que, e neste momento da vida do clube, não existem (ainda) alternativas válidas, que possam preconizar um rumo e uma gestão diferente para o Sporting Clube de Portugal e sua SAD ou suas necessidades actuais.
Dito isto, cabe-me comentar o Comunicado da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, e respectivo Comunicado de resposta do actual Conselho Directivo, ambos datados da tarde de hoje, e fá-lo-ei de forma sucinta e concisa, em relação a ambos, por ordem cronológica e por pontos, para mais fácil compreensão e respectiva leitura:

O Comunicado da Mesa da Assembleia Geral dá provimento legal e estatutário ao requerimento apresentado pelo Movimento “Dar Rumo Ao Sporting”, anunciado a realização da referida AGE, num prazo de 30 dias.

1-      Se todos os pressupostos legais e estatutários foram preenchidos com a apresentação de tal requerimento, à MAG não cabe outra alternativa se não marcar a referida AGE, num prazo de 30 dias a contar da validação de todos os dados, os Estatutos são nisso claros.
2-      Se porventura, e baseado nas informações que me foram chegando hoje, existirem falhas na identificação da esmagadora maioria dos signatários de tal petição, e sua respectiva validação, a MAG cometeu um erro por precipitação, e em nada serviu o Sporting e os seus associados, e sendo assim a AGE não se poderá realizar até que todos os balizamentos estatutários e legais sejam respeitados e seguidos à letra.

O Comunicado do Conselho Directivo afirma, peremptoriamente, que os pressupostos legais e estatutários não estão reunidos, adiantando falhas graves no processo de identificação dos signatários da petição, com vista à realização de uma AGE.

1-      Cabe pois ao Conselho Directivo apresentar ou exigir a apresentação de provas daquilo que afirma, com a maior brevidade possível, requerendo ao Conselho Fiscal e Disciplinar a verificação de eventuais falhas regulamentares.
2-      Ao Conselho Fiscal e Disciplinar só resta um caminho, o de requerer à MAG cópias de todos os documentos constantes no requerimento que tal Órgão tem em sua posse, confirmando ou não a ausência de dados e cópias de documentos identificativos dos signatários da respectiva petição, e caso se confirme a sua presença ou ausência documental, tal deve ser comunicado com carácter imediato aos associados do Sporting Clube de Portugal.

Por ser desfavorável à realização da AGE neste momento, tal não quer dizer que desrespeite os Estatutos do clube e a vontade expressa dos seus associados, bem pelo contrário, se todos os requisitos estiverem reunidos, tal reunião magna deve ser realizada…mas se por seu turno, se vierem a confirmar falhas no processo identificativo constante no requerimento apresentado à MAG, o processo deve ser suspenso de imediato, até que estejam reunidas todas as condições legais e estatutárias exigidas, aos sócios do Sporting cabe, neste momento, manterem uma postura serena, e exigirem um total e inequívoco apuramento e consequente esclarecimento de todos factos.

Nota final quanto ao motivo alegado pelos signatários da petição, justa causa para possível destituição dos actuais Órgãos Sociais:

A MAG deverá validar os pressupostos da convocação, nomeadamente a existência de justa causa, o que a julgar pelo manifesto que serve de base à convocatória, este é subjectivo do ponto de vista Estatutário, bastante lato e impreciso, etc. …logo não será tarefa fácil provar a existência de incumprimento grave e culposo dos deveres legais ou estatutários por parte dos actuais dirigentes do Sporting, como sejam os de dolo ou manifesta negligência na sua acção. Isto é, pelo que li dos Estatutos, demonstra uma causa (mas não a prova) para o efeito do que se pretende invocar.

Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A verdadeira tragédia do Sporting!


Desenganem-se aqueles que pensam que a situação financeira e desportiva do Sporting é o seu maior problema, é de facto um problema, enorme, preocupante, mas não o maior, pois esse, o maior, são as soluções que uns e outros (alternativas em funções e pretendentes a alternativas futuras) nos têm apresentado, aos sportinguistas em geral, e aos sócios em particular, prometem-nos títulos, craques, investidores, Fundos de jogadores e engenharias financeiras criativas...que mentira, que engodo!

Porque será que alguns ainda defendem a solução dos problemas financeiros do clube e da sua SAD via Banca e engenharia financeira criativa?

Para defenderem os interesses do Sporting, ou os seus, os dos seus amigos e os das entidades bancárias? Tudo para preconizarem e continuarem com uma política e gestão de navegação à vista, que em nada soluciona o problema crónico do passivo, da solvência da SAD e dos constantes problemas de Tesouraria. 

Porque será que alguns ainda defendem investidores de milhões para a SAD como fonte de solução de todos os problemas?

A verdade é que o Sporting e a sua SAD são pouco atractivos como entidade potencialmente geradora de receitas e dividendos, e pior, ninguém no seu perfeito juízo investe 100 ou 150 milhões de euros num clube, para ser depois figura secundária, sem qualquer poder de decisão, no Mundo do futebol não existe um único caso em que tal tenha acontecido.

Porque será que alguns defendem Fundos de jogadores como modelo único de negócio?

Para apelarem ao fervor sportinguista e ao anseio de vitórias e conquistas de títulos, ganhando assim crédito junto da massa associativa sportinguista, o que lhes dá a ideia de poderem chegar ao "Poder" no clube, a verdade essa é mais fácil de vislumbrar, ninguém pode prometer vitórias, títulos e idas à Champions pela via da compra de jogadores, e sendo esse o seu modelo para aumentarem as receitas e consolidar o passivo, como ficamos se tal modelo falhar?

A verdade é que o Sporting e a sua SAD vivem actualmente num cenário cinzento muito escuro, que se pode tornar negro se os associados do clube não perceberem que tudo o que lhes é prometido é um "punhado" de nada...demagogias, quimeras, promessas vãs, sem conteúdo e acima de tudo realismo e aplicabilidade, os sportinguistas, em especial os seus associados, devem parar, pensar e decidir que rumo desejam para o clube, e se querem que o mesmo sobreviva, continuando a existir no tempo de vida de gerações futuras.
Ao Sporting, e chegado onde chegou, só resta um caminho, o da "austeridade" financeira, reestruturação financeira e orgânica, em suma de viver com aquilo que tem, abaixo daquilo que factura, dar um passo atrás, fazer mais e melhor com menos, ser eficaz, para mais tarde poder dar dois passos adiante, esse é o destino imediato da nossa Instituição, o de aceitar, com realismo, que a melhor solução é a mais demorada, a mais impopular, mas a única que depende essencialmente de nós e nos dá mais hipóteses de revertermos o estado deplorável a que chegou o clube.
Investidores, idas à Champions, Fundos de jogadores não podem ser promessas eleitorais, ou fazer sequer parte de programas que se apresentem a votos, isto não quer dizer que o objectivo não seja lá chegar-se, mas sem promessas, se vierem, que venham por bem, têm, e pelo menos nos próximos sete ou oito anos da vida do clube, que ser vistos como fontes de receita extraordinária, para abater de imediato o passivo e não para se passar a gastar mais dinheiro, com a ideia que num Mandato de solidez financeira e resultados positivos todos os problemas desapareceram.

Falem com verdade...acordem para a realidade!

Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim