Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 25 de março de 2013

O que esperar de Bruno de Carvalho?

Os tempos em que vive o Sporting são complicados, o novo Presidente eleito tem à sua frente uma tarefa ingrata, recheada de armadilhas e dificuldades, nem só de competência se poderá fazer este Mandato, será feito também de sorte e de alguma arquitectura conjuntural, a Bruno de Carvalho não resta outra alternativa que não cumprir o seu programa eleitoral à risca, não para ficar bem na fotografia, mas porque o clube não tem mesmo outra alternativa.
Tempos de austeridade e gestão realista avizinham-se, algo para o qual já tinha alertado em Janeiro de 2012, é insustentável que um clube como o Sporting tenha um défice de Tesouraria mensal na ordem dos 3 milhões de euros, é esse o problema maior da Instituição, não ter receitas que suportem as despesas, quanto a isso não há volta a dar, vêm a caminho tempos impopulares, que exigirão paciência e racionalidade, pelo menos e para já o mote "O Sporting tem de lutar sempre pelo título" acabou, tem que ser retirado do horizonte.
Bruno de Carvalho tem, por razões óbvias, menos margem de manobra e de erro que os seus antecessores, estará também "refém" da bola que não entra ou que bate na trave, no empate ou derrota em casa com um clube do meio da tabela, veremos a tolerância que os sportinguistas e especialmente os seus associados terão em relação a alguns dissabores desportivos, porque nesse campo sempre foram muito pouco tolerantes.
Quanto à reestruturação financeira, a mesma terá 12-18 meses para começar a dar frutos, o que for feito até ao final deste ano nesse sentido é de primordial importância, políticas erradas, timings extravasados ou dificuldades de última hora arrastarão a situação financeira do Sporting para o mesmo caminho por onde tem resvalado nos últimos anos...e muita atenção, investidores precisam-se, caso contrário, trazer o passivo para valores "governáveis" será uma longa, penosa e inaceitável caminhada pelo deserto.
A aposta na Formação deve ser a base para a construção do plantel principal, mas o Sporting necessita reforçar este plantel com quatro ou cinco unidades que acrescentem qualidade competitiva à equipa (e sempre jogadores de baixo custo), para isso só vejo uma solução, a venda de Rui Patrício, a SAD não tem outra forma de arranjar dinheiro para investir no futebol, há que vender activos para comprar activos, não consigo vislumbrar outra alternativa imediata.
Os tempos que se avizinham, pela conjuntura extremamente adversa em que vivemos, são complicados, deseja-se paz e união dentro e à volta do nosso clube, sem esse ingrediente tudo se tornará mais complicado, mais moroso e mais falível, o sucesso deste Presidente e do seu elenco será o sucesso do Sporting, o insucesso idem, como sócio desejo assistir ao primeiro cenário, desejando ainda que o clima de "guerrilha" tenha acabado de vez em Alvalade, pois desse tipo de "atmosfera" irrespirável só brotarão cinzas.

Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim

domingo, 24 de março de 2013

Godinho Lopes - Análise ao Mandato

Falhou na área do futebol onde foi vítima de más escolhas, é um facto que o Sporting Clube de Portugal não é só futebol, mas essa é a força motriz do clube e a que maior impacto tem juntos dos sócios e adeptos, teve momentos altos e baixos no seu Mandato, é um homem bom a nível humano, educado e sportinguista, mais do que entrar em grandes considerações pessoais, devo referir alguns factos sobre a sua passagem pela Direcção do clube que julgo relevantes, porque nem tudo foi mau, se não nos esquecemos de fazer referências ao que de mal foi feito, há também que não esquecer o que foi feito de positivo.

1- Criação da equipa B.
2- Concepção, idealização e arranque do projecto Sporting TV.
3- Projecto e respectiva aprovação camarária do futuro Pavilhão, a ser construído no terreno ao lado do Estádio.
4- Proposta e aprovação em Assembleia Geral para atribuição do nome João Rocha ao futuro Pavilhão.
5- Proposta e aprovação em Assembleia Geral para atribuição do nome Moniz Pereira ao futuro Centro de Rendimento Desportivo em Odivelas.
6- Homenagem e descerramento de uma placa na Academia de Alcochete como reconhecimento ao trabalho de Aurélio Pereira na Formação. 
7- Pintura do Estádio, nas bancadas, mastros e zonas exteriores, substituindo o amarelo e o cinzento pela cor verde.
8- Criação da Corrida Sporting e da Corrida do Jubas.
9- Contrato de aluguer e exploração do Pavilhão Multiusos de Odivelas e áreas adjacentes, por um período de 20 anos.
10- Criação de uma nova Sala de Sócios.
11- Homenagem a Artur Agostinho, passando a dar o seu nome ao Auditório do Estádio.
12- Maior proximidade aos Núcleos e Filiais.
13- Crescimento do número total de sócios em cerca de 11 mil e de 7 mil pagantes.
14- Alteração dos Estatutos eleitorais do clube, dando voz e poder de decisão a várias categorias de sócio, com a implementação do sistema de voto electrónico e por correspondência, alterando-se ainda o número de votos por antiguidade de filiação, democratizando as decisões eleitorais e em Assembleia Geral.
15- Criação da equipa de Futsal feminino.
16- Renovação contratual com vários jogadores da Formação.
17- Ida às meias-finais da Liga Europa 2011-2012.
18- Promoção de uma maior actividade referente à Fundação Sporting e às respectivas causas sociais.
19- Contratação de Jesualdo Ferreira para treinador da equipa principal, nome consensual na actualidade do Universo sportinguista.
20- Campanha de marketing, merchadising e de angariação de sócios, reconhecida como positiva pelos sportinguistas, anteriores candidatos e até críticos da gestão do seu Mandato.
21- Compra de uma placa evocativa aos leões que partiram, e seu descerramento na Praça do Centenário no Dia do Leão, placa adquirida com o dinheiro dos próprios membros do Conselho Directivo.

"Falhando-se ou acertando-se, importa cima de tudo servir"

Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim


domingo, 10 de março de 2013

Até sempre Presidente João Rocha (carta aberta)

Não fui ao seu funeral, a essa hora estava a caminho de Coimbra, para apoiar a nossa equipa de futebol, mas tenho a convicção de que não iria estar presente se fosse outra a circunstância, custa-me muito a ideia de ver alguém tão grande, tão importante na vida de um sportinguista, reduzido à sua maior insignificância física, confesso que não era essa a forma como desejava recordar-me de si, pela ausência aceite as minhas desculpas, ainda que a tenha aqui explicado.
Podia falar dos 1210 títulos que o Sporting conquistou nos seus 13 anos de Presidência, mas não o vou fazer, pois o seu percurso pelo nosso clube foi e será sempre mais que mera estatística ou palmarés, o Presidente foi o mais grandioso e bonito sonho de todos os sportinguistas que viveram ou nasceram durante o tempo dos seus Mandatos, outros houve, antes de si, que serviram o Sporting com enorme sucesso, refiro-me a Ribeiro Ferreira (1946-1953) e Brás Medeiros (1959-1961 e 1965-1973).
Para consigo e para com esses dois outros Presidentes, terão os sportinguistas uma dívida que jamais poderá ser paga, a grandeza dos vossos Mandatos é tão enorme na nossa história, que basta dizer que nos 30 anos do somatório dos mesmos, o Sporting conquistou mais de metade dos seus títulos (em todas as modalidades), o que absorvido por quase 107 anos de vida do nosso clube, é algo de tão esmagador, que não vale a pena dizer muito mais.
Cheguei ao Sporting em finais de 1988, onde entrei para a secção de luta desportiva, de onde saí em 1992, à minha entrada no clube fazia já mais de 2 anos que o Presidente tinha saído de Alvalade, mas a sua obra, a sua mística e o ecletismo que construiu estavam bem presentes, ainda que não o fosse no papel, ainda era o nosso Presidente, ainda éramos os 15 mil atletas com que sonhou, ainda havia 22 modalidades no clube, ainda éramos uma máquina que conquistar troféus, essa é e será sempre a sua maior obra no Sporting.
Perante a partida de alguém tão querido para os sportinguistas, e tão importante para o nosso clube, pouco mais poderá ser dito para lhe fazer honra ou para apaziguar a dor de tal despedida, a lei da vida é implacável com todos nós, e não há pessoas insubstituíveis, mas existem pessoas inolvidáveis e o Presidente é e será sempre uma dessas pessoas, parafraseando um ex-Vice-Presidente do Sporting, que no dia do seu falecimento escreveu "A pegada que este Leão deixou, jamais será apagada da memória."...só lhe posso dizer que nunca o esquecerei.

Obrigado por tudo, e pelo orgulho que sinto por ter sido meu Presidente e meu consócio.
À família Rocha envio um forte abraço nesta hora difícil.

Até sempre Presidente...saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim