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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Auditoria, passivo e soluções

Foram conhecidos os resultados da Auditoria externa efectuada ao Grupo Sporting, os números são o que são, graves e perante eles terá de haver intervenção rápida e atenta, passivo de 276 milhões de euros, resultados negativos de 183 milhões, um caos geral criado por uma linha de rumo (Projecto Roquette) que delapidou o Património do clube e comprometeu um futuro mais desanuviado e equilibrado.
Mais do que iniciar-se uma "caça às bruxas", é necessário encontrarem-se soluções reais, viáveis e duradouras, conhecemos bem os culpados de tal gestão ruinosa, por isso entendo ser desnecessário perder-se tempo a apontar o dedo a X ou Y, o passado não volta atrás, ao Sporting Clube de Portugal interessa o presente, e mais importante, o futuro, um futuro que esperamos melhor.
A situação sendo algo dramática, não é fatal, exige que se faça o necessário para a reverter, e isso só é possível de alcançar com investimentos, parcerias, boa gestão e competência, é esse o único caminho a seguir, a bem da viabilidade do clube, ou seja, há soluções e há caminhos, mas a margem de erro, em virtude da dimensão do problema, é zero ou perto disso, não há espaço para mais falhanços.
A minha experiência a nível de Scouting e de análise detalhada à realidade da maioria dos clubes europeus, permite-me fazer algumas sugestões baseadas em factos, exemplos e estratégias, dou pois o exemplo de três clubes, Borussia de Dortmund, Marselha e Nápoles, que num passado bem recente estiveram numa situação igual ou pior do que a nossa, e reverteram-na com comprovado sucesso.
E o que fizeram? Simples, arrumaram a "casa", reestruturaram os seus clubes, a nível orgânico, racionalizaram despesa, fornecimentos e pagamentos, potenciaram o marketing, o merchadising e a receita, a partir desse momento avançaram para o mais importante, investimentos e investidores, que foram escolhidos com critério, racionalidade e visão, tudo para garantir um futuro sólido, financeira e desportivamente falando.
A solução para o Sporting passa necessariamente por um aumento de capital, destinado em exclusivo a investidores externos, o romantismo, de permitir que os sócios comprem "meia dúzia" de acções para emoldurarem na sala ou no escritório é, neste momento, dispensável e um completo non sense, aliás, ao aumento de capital que se anuncia só deverão ter acesso investidores com um mínimo de 1 milhão de euros, não há tempo para se andar a perder com "peanuts". 
Não ponho até de lado a possibilidade do Sporting, enquanto clube, perder o controlo da SAD e a maioria das participações, o nosso clube precisa de futuro, e esse futuro já não contempla conservadorismos e idealismos bacocos, como me disse um conhecido sócio do clube "Eu quero é que o clube dure mais 100 anos, tenha dinheiro e ganhe desportivamente, se é meu, do BES ou dos árabes, estou-me lixando, é o Sporting".
Passa por aí o caminho, magnatas, Fundos de investimento, se vierem de boa fé e com objectivos bem delineados, de garantir viabilidade e sucesso, sejam bem vindos...mas há mais, é preciso avançar-se rapidamente para o Naming do Estádio, garantir melhores parcerias e sponsorizaçao, aumentar a receita, ser mais duro do ponto de vista negocial, em suma transformar uma Empresa em falência técnica numa Empresa desafogada.
Se formos perguntar aos adeptos do Manchester City, Málaga, Paris SG, Chelsea, Juventus, etc se querem voltar atrás, terem nas suas mãos a maioria do capital e o poder de tomarem decisões, se querem voltar a lutar pelo meio da tabela nas suas Ligas, ou para não descerem de divisão? A resposta de todos eles será um rotundo, rápido e convincente não, os resultados dão-lhes razão para que "disparem" tal resposta.
2012 é, já o anunciei há muito, decisivo para a componente económia e financeira do Sporting, este é o ano em que tudo aquilo que não se fez nos últimos quinze deve ser feito, assim por alto antecipo um número, até ao final deste Mandato o nosso clube e a SAD precisam de um investimento global de cerca de 100 milhões de euros, e isto exclusivamente para injecção e aumento de capital, e para a consolidação positiva das contas.


Por isso, e mais do que nunca...mãos à obra.


Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim

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