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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Scouting e Mikhail Prokhorov

Scouting


Os tempos do futebol moderno são, sem margem para dúvidas, iguais aos da Sociedade actual, rápidos, implacáveis, onde só os mais fortes, os mais aptos, os mais eficazes "sobrevivem", onde ver mais além, com maior antecedência, é chave para o sucesso, permanente, ganhador, acima de tudo consistente.
Há muito que sou defensor de um modelo diferente de Scouting para o Sporting, mais extenso, menos redundante, mais profissional e eficaz, isto sem colocar em causa quem trabalha nessa área da SAD, pois acho que têm feito um excelente trabalho, em contra-ciclo com os últimos quatro ou cinco anos, onde se cometeram erros inqualificáveis.
É necessário fazer mais e melhor, as dificuldades financeiras do nosso clube assim o exigem, "comprar" melhor, mais barato, e com mais eficiência, pois falhar contratações com assiduidade (como num passado recente) é erro que se pagará caro, a nível desportivo e financeiro, o Sporting não se pode dar mais ao luxo de correr tais riscos.
O modelo que preconizo assenta em linhas claras e já hoje regra nos maiores clubes europeus, Carlos Freitas como Director desportivo, Paulo Menezes como Head scouter e quatro Pro scouters (dois para o Continente europeu, um para as Américas e outro para África, Ásia e Oceania), a trabalharem em completa independência, sem trocarem informações entre si, só reportando aos dois primeiros.
Mais, aos Pro scouters deveria ser dada a legitimidade de fazerem recomendações de jogadores, por sua conta e risco, para análise decisória, ou seja, serem membros pro-activos e participantes no possível recrutamento de novos jogadores, ao invés de serem somente meros analistas de base de dados e observadores, que se limitam a elaborar relatórios.
Entendo que esse seria, sem margem para dúvidas, o modelo a seguir e implementar o mais rapidamente possível no Sporting, e como exemplo dou os casos de CSKA Moscovo, Nápoles, Dortmund, Udinese, Schalke 04 ou Shakhtar Donetsk, onde o Scouting seguiu esse caminho, com comprovado sucesso, desportivo e financeiro.
Entendo também, por questões de gestão e eficiência, que o nosso clube se deveria manter isento em relação a agentes e empresários de jogadores, não dando tratamento especial a nenhum deles, ou sequer preferência, pois tal postura limita uma actuação mais abrangente e eficaz no Mercado de Transferências.
Há pois fórmulas para melhorar, sempre, o que já é bom, mas que se pode tornar melhor, é um acto de reformulação/reestruturação que exige planeamento, saber, e claro mais algum investimento, mas os exemplos existentes confirmam que é possível, investindo um pouco mais, ganhar muito mais, é pois necessário reflectir sobre o assunto e avançar com a ideia.


Mikhail Prokhorov



A imprensa nacional dá conta do interesse de Mikhail Prokhorov em investir na SAD do Sporting, de forma a reabilitar as finanças do clube e a dota-lo de condições para ter sucesso desportivo, a nível nacional e internacional, o que faria com que o nosso Sporting Clube de Portugal desse um salto qualitativo e quantitativo enorme.
É o terceiro homem mais rico da Rússia, e está na lista dos cem mais à escala Mundial, com uma fortuna acima da do actual proprietário do Manchester City, Sheikh Mansour Al Nayhan, por exemplo, é proprietário da equipa de basquetebol da NBA, os New Jersey Nets, tendo sido o responsável pela total reabilitação financeira e desportiva da equipa.
É alguém apaixonado pelo desporto em geral e pelo futebol em particular, mas também é um homem de negócios competente, sério e cujo passado e fortuna pessoal não são semelhantes à de outros milionários russos (dúbios, ilegais, cinzentos), e segundo pude apurar até nutre bastante simpatia pelo nosso clube.
Ao que consta segue o Sporting, com interesse e como fã, desde os tempos em que no nosso clube pontificavam Balakov, Cherbakov e Iordanov, por exemplo, e cuja ligação afectiva terá aumentado através da sua permanência em New Jersey e no seu convívio com alguns membros, sportinguistas, da enorme Comunidade portuguesa ali existente.
Os moldes de um possível investimento não são conhecidos, terão obviamente de ser estudados, analisados e decididos por todas as partes, Corpos Sociais, Administração da SAD, Sócios e o próprio Prokhorov, sempre tendo em conta o mais importante, o benefício do Sporting, enquanto clube, e uma maior pujança financeira da Sporting, SAD.
Em relação a tal cenário, sempre fui aberto a novas soluções, não me agarro a conservadorismos bacocos e mentalidades ultrapassadas, prefiro que o Sporting Clube de Portugal exista, ainda que não estando somente nas mãos dos sócios, do que corra o risco de desaparecer, vitimizado por soluções de mero remendo ou por promessas de "venda de banha da cobra", inviáveis, populistas.
Os tempos mudaram, a Sociedade, os negócios, o futebol já não são o que eram há 20, 30 ou 40 anos, e seguem um rumo implacável, a um ritmo cada vez mais veloz, que deixará para trás todos aqueles que insistirem numa postura desadequada, incapaz e antiquada, é esse o cenário com que o Sporting se depara, e os sportinguistas, sócios em particular, terão de optar pelo futuro e pela grandeza, ou pela incerteza e incapacidade de melhorar, pois é isso, e tão só, que está em causa.


Saudações leoninas,
Ruben Proença de Amorim







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